terça-feira, 24 de maio de 2011

POR DENTRO DO MERCADO DE GEOTECNOLOGIA

Texto de Iara Musse do MundoGEO

Com um crescimento de 9% entre 2006 e 2007, e de 20% estimado para este ano, o dimensionamento do mercado potencial de geotecnologia no Brasil para 2008 é de 619 milhões de reais, considerado o conjunto dos componentes Dados, Softwares e Serviços. Os dados são provenientes da pesquisa de mercado desenvolvida pela empresa Intare Consultoria em Gestão da Informação.


 Das estimativas já publicadas para este mercado, segundo as pesquisas até então divulgadas, é surpreendente perceber que, entre os maiores fornecedores existentes, menos de 10% das principais fornecedoras do mercado de geotecnologia no Brasil para soluções que envolvem dados, softwares e/ou serviços, apresentam um market share acima de 10%:
 
- A análise qualitativa e quantitativa de variáveis e parâmetros utilizados para um estudo e pesquisa de mercado permite ampliar o conhecimento e a percepção das demandas atuais e futuras;
- A utilização de metodologias estruturadas com a análise conjunta de fontes primárias e secundárias permite sistematizar resultados consistentes que se consolidam através de um processo contínuo de monitoramento e de análises sistemáticas do mercado.

A pesquisa e análise de mercado, concebida e desenvolvida pela empresa Intare ao final de 2006 e durante 2007, contou com uma equipe de oito especialistas sênior dos setores de geotecnologia e TI e três especialistas de análise de mercado, para as fases de concepção dos trabalhos, geração dos questionários, desenvolvimento e análises dos dados. Os dados e informações geradas a partir das consultas diretas e indiretas de 420 usuários e fornecedores do mercado de geotecnologia, que incluíram dados quantitativos e qualitativos detalhados, foram analisados para a obtenção do atual diagnóstico do mercado de geotecnologia no Brasil.

A pesquisa inovou, ao priorizar através do conhecimento da cadeia de valor dos produtos e serviços relacionados a sistemas de informações geográficas e sensoriamento remoto, os agentes consumidores (empresas públicas e privadas) que precisam executar tarefas de obtenção, armazenamento, acesso, integração, análise e disponibilização de informações espaciais. As definições a seguir foram consideradas para a obtenção e análise dos dados:

- Soluções: sistemas de informações geográficas, sensoriamento remoto e serviços;
- Segmentos horizontais: pequenas, médias e grandes empresas;
- Segmentos verticais: governo, educação, recursos naturais (gestão ambiental, agricultura, extração de óleo e gás, mineração, florestas e recursos hídricos), utilities, finanças e serviços;
- Canais de distribuição: canais de venda direta e indireta.

A pesquisa e os estudos englobam análises qualitativas e quantitativas, abordando as soluções estudadas que são demandadas e adquiridas pelos usuários em seus diferentes segmentos de mercado. Analisa quais tecnologias, produtos, serviços e fornecedores disponíveis no mercado se relacionam às soluções adquiridas pelas empresas públicas e privadas. A pesquisa qualitativa e quantitativa considerou:

- Interação ativa com o mercado e monitoramento de indicadores;
- Análise de fontes diversas – fornecedores e usuários;
- Entrevistas;
- Relatórios setoriais;
- Aplicação de questionários;
- Dados detalhados: softwares, dados e serviços;
- Percepção dos usuários quanto a valores percebidos, atendimento das necessidades, funcionalidades, qualidade, suporte e preços;
- Sistematização e análises de dados e informações;
- Análises do panorama atual do mercado e análises das tendências.

De acordo com as análises realizadas, que avaliaram os dados e indicadores do mercado gerados pela pesquisa, pôde-se constatar que:

- Quando considerados os 11 principais segmentos do mercado analisados na pesquisa (governo, educação, gestão ambiental, agricultura, extração de óleo e gás, mineração, florestas, recursos hídricos, utilities, finanças e serviços) não se verifica uma liderança de qualquer fornecedor em termos de volume de vendas para mais de três segmentos;
- O crescimento de 40% no número de empresas atuantes, verificado só nos últimos quatro anos (o que pode ser considerado significativo), principalmente de serviços associados a dados e softwares, com diversas soluções para diferentes segmentos do mercado, indica que o principal componente de crescimento está na capacidade de oferecer soluções de serviços integrados. São justamente as empresas de serviços que tendem a “pulverizar” um mercado que há poucos anos contava com empresas que ocupavam até 30% de market share;
- A liderança percebida pelo mercado em relação às principais empresas fornecedoras está mais associada aos componentes das soluções em termos de determinado dado ou softwares do que para o volume de negócios efetivos, que está mais relacionado ao componente de serviços. Cerca de 50% do market share são ocupados por aproximadamente 20 empresas que agregam às suas soluções dados e/ou softwares;
- Em termos de fornecedores de softwares, desktop ou distribuídos, existem diferenças significativas quando são consideradas soluções de sistemas de informações geográficas e sistemas de processamento de imagens. Na área de aplicações desktop, encontram-se lideranças de cerca de 30% (em número de usuários/licenças), enquanto os sistemas distribuídos (cliente/servidor) estão presentes em diferentes segmentos, que são atendidos de forma mais diluída por 11 produtos/fornecedores principais, quando são analisados o número de soluções implementadas ou o volume de negócios. Neste contexto, cabe ressaltar o crescimento de projetos e soluções com softwares livre. Este cenário torna-se cada vez mais dinâmico, onde capacidades como percepção e inovação representam diferenciais para os próximos anos;
- Nas soluções baseadas principalmente em softwares, os maiores volumes de negócios concentram-se naqueles relacionados à integração de sistemas corporativos. Esse mercado é dominado por grandes empresas de TI e algumas empresas originadas na área de geotecnologia que se especializaram em segmentos específicos. Essa crescente demanda de integrações entre sistemas GIS e sistemas de gestão corporativos, no contexto nacional e internacional, esbarram cada vez mais em requisitos de qualidade e desempenho. Essa percepção evidencia a necessidade de parcerias estratégicas entre empresas e fabricantes líderes mundiais, como por exemplo a Oracle no segmento de banco de dados, para que seja possível satisfazer as necessidades cada vez mais complexas, requeridas por usuários cada vez mais exigentes;
- O lançamento previsto de 34 novos satélites nos próximos dois anos, com resolução espacial variando de 0,41 a 20 metros, disponibilizará uma maior quantidade de dados, principalmente com média e alta resolução. Essa entrada de novas tecnologias no mercado vai ao encontro das demandas ainda não atendidas e irá potencializar a criação de novos cenários de mercado, favorecendo os usuários;
- A consolidação da Web 2.0 e de sistemas orientados a serviços favorece o fortalecimento dos sistemas on-line. Dentro deste cenário, serviços oferecidos pelo Google Maps e Microsoft Live Maps potencializam as demandas por aplicações GIS e cada vez mais serviços que envolvem localização;
- Quanto às questões relacionadas às necessidades e ao nível de capacitação técnica, pôde-se constatar um alto nível de deficiência em termos de capacitação especializada para utilizar adequadamente as tecnologias disponíveis. Outro fator relevante é o nível de deficiência em gestão de projetos que envolvem as tecnologias, e a falta de investimentos de setores públicos em capacitação especializada. Esses fatores, isolados e em conjunto, criam deficiências estruturais na gestão de processos técnicos e gerenciais, com sub-utilização dos produtos e falta de continuidade dos projetos.

Para estudar, analisar e entender determinado mercado é preciso considerar a dinâmica deste mercado, seu nível de amadurecimento e avaliar suas tendências e ainda as mudanças das tendências. É preciso entender o mercado como um ambiente ou como um processo dinâmico de interações que permite às pessoas realizarem trocas, normalmente reguladas pela lei da oferta e procura.

O contexto e o nível de estruturação de negócios em que essas interações entre fornecedores, e entre estes e seus clientes se processam, são orientados por diferentes estratégias relacionadas aos produtos, serviços, processos e modelos de negócios que irão compor mecanismos de gestão e de ações de compra e de venda.

É importante ainda considerar que são as necessidades, atuais e futuras, conhecidas ou não dos diferentes usuários de diferentes segmentos que orientarão, junto com o contexto tecnológico, os mecanismos mais significativos dos resultados de negócios no cenário de geotecnologia.

Um panorama atual do mercado




A Figura 1 apresenta o dimensionamento do mercado brasileiro para o período 2006-2008, em milhões de reais.



A Figura 2 ilustra o panorama do mercado, por tipo de solução, conforme os tipos definidos anteriormente.

- O posicionamento dos provedores em termos de número de clientes e market share varia em função do segmento de mercado e também por tipo de solução (softwares/dados/serviços);
- Cerca de 70% do mercado de dados em termos de volume de negócios é desenvolvido por 15 empresas de aerofotogrametria e sete distribuidores de imagens de satélite;
- O mercado de softwares conta com 14 principais fabricantes, sendo também reduzido o número de fornecedores/distribuidores no Brasil.  Em termos de receita, os segmentos de utilities e telecom são atendidos basicamente por sete principais fornecedores;
- O potencial analisado para os segmentos de governo é significativo, no entanto a efetivação dos negócios pode ter comprometimento devido à capacidade de gestão no que se refere às contratações;
- O mercado de utilities é mais constante e crescente. As soluções com conceitos de TI, introduzindo o componente GIS, é uma tendência;
- O mercado de Telecom apresenta novas demandas relacionadas à TI, com componente GIS;
- O mercado de óleo e gás e agricultura demandam soluções diversificadas em projetos especiais;
- O segmento de mineração indica aumento de demandas para todos os tipos de solução.
Para se conhecer e bem analisar o mercado existente e o mercado potencial de geotecnologia, é importante ir além e considerar quais são as informações e soluções que são e serão demandadas pelos clientes, e mais:

- Como é o ambiente potencial para o desenvolvimento e crescimento do mercado?
- Quem são os atuais usuários de geotecnologia?
- Como suas necessidades estão sendo atendidas?
- Quem não está sendo atendido? Por quê? Quanto vale? Quanto custa?
- Quem são os usuários ativos que podem servir de indicadores do nível de amadurecimento do mercado?
- Quem são os fornecedores? Em que e como eles atendem o mercado?
- Quais são os produtos e serviços, os processos e os modelos de negócio que caracterizam o diagnóstico atual do mercado e de suas tendências?
- Quais são as possíveis mudanças na tendência?
- Quem serão os clientes e quem serão os fornecedores do futuro a curto e médio prazos?

São questões importantes que, trabalhadas com conhecimento, estratégia e comprometimento, podem favorecer os usuários e potencializar o desenvolvimento do mercado.

CURSO DE AUTOCAD MAP 3D ACONTECE EM VÁRIAS CIDADES




Texto de Alexandre Scussel do MundoGEO

Foi divulgada a agenda do curso itinerante de AutoCAD Map 3D Aplicado a Sistemas de Informações Geográficas, para os meses de Maio, Junho, Julho e Agosto.

Como de costume, o curso irá ocorrer nas cidades de Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, e desta vez abrange também outras localidades como: Fortaleza, Recife, Brasília, Uberlândia e Goiânia (os dois últimos ainda não agendados).

Esta expansão se deve a novas parcerias realizadas entre os organizadores com a Studio CAD, no nordeste (Recife), e o Grupo Alexander Justi, na região centro oeste, ambos revendedores e Centro de Treinamento especializados Autodesk (ATC).As inscrições já estão abertas e o numero de vagas é reduzido.

São 12 no Rio de Janeiro, ocorrendo nos dias 26, 27 e 28 de maio, 2 e 3 de junho e de 3 a 5 de agosto. 15 vagas no Paraná, com realização de 4 a 8 de julho e 10 vagas no estados de Pernambuco (18 a 22 de julho), Ceará (13 a 17 de junho) e Brasília (15 a 19 de agosto).

Inscrições podem ser feitas através do email treinamentomap3d@gmail.com.

Mais Informações:

terça-feira, 17 de maio de 2011

RORAIMA TERÁ PRIMEIRA BASE CARTOGRÁFICA PARA PLANEJAMENTO



O Governo de Roraima lança e homologa na próxima segunda-feira (16) a base cartográfica contínua do Estado na escala 1:100.000. A cerimônia de homologação será às 9h, no Salão Nobre do Palácio Senador Hélio Campos, e está prevista a presença do diretor nacional de Geociências do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Luiz Paulo Souto Fortes.

Segundo o coordenador do Centro de Geotecnologia, Cartografia e Planejamento Territorial de Roraima (CGPTERR), coronel José Antônio de Vasconcelos Brasil, o trabalho de elaboração da base cartográfica envolveu três eixos importantes.

“Primeiro a visão estratégica, em 2005, do então governador Ottomar em propor a criação deste sistema; em seguida, a visão tática do governador Anchieta e do secretário do Planejamento, Haroldo Amóras, em viabilizar e orquestrar o trabalho em parceria com outras instituições. Por último, a visão operacional e o trabalho realizado pelos técnicos do Centro de Geotecnologia durante anos para que o projeto tivesse o êxito atual”, disse o coordenador.

O coronel José Antônio explicou ainda que o projeto facilitará o desenvolvimento de programas e trabalhos que envolvam o conhecimento e definição das áreas territoriais de Roraima.

“Com a base cartográfica, saberemos quais terras são indígenas, quais pertencem ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) , ao Exército, entre outros. Frisamos que está é a primeira base cartográfica do Brasil, nenhum estado possui nos moldes de Roraima, existe procura e interesse de outros estados como o Amazonas e o Amapá em exportar tecnologia para implantação deste sistema”, disse.

O secretário do Planejamento, Haroldo Amóras, destaca que Roraima terá aparelhado sua geotecnologia. “Isto nos permitirá a construção da gestão do território roraimense e, por ser a única do Brasil, poderá servir como base de consulta a outros modelos cartográficos”, explica o secretário.

Versão Cartográfica Digital

Além da impressão de mapas e mapeamento territorial, a base cartográfica estará disponível para todos os interessados por meio do Sistema de Gestão Estratégica do Território de Roraima (Siget). O sítio www.siaget.seplan.rr.gov.br contém todo o georreferenciamento do Estado: rodovias, vicinais, reservas, cidades e toda localidade pode ser encontrada pelo programa. As descrições de Roraima mapeadas estão todas no Siget.

A usabilidade e manejo do programa são intuitivos a exemplo de programas como o Google Earth. No Siget, o usuário terá ferramentas de aproximação, localização de áreas e impressão disponíveis. Estas ferramentas ficarão à disposição do público e servirão de auxílio para a equipe do Programa Roraima Legal, que trabalha nas transferências das terras para o domínio de Roraima.

CGPTERR

A Coordenadoria de Geotecnologia, Cartografia e Planejamento Territorial de Roraima, está localizada na Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento (Seplan). Possui em seu quadro atual 13 técnicos que, desde 2006, desenvolvem o trabalho de catalogação das áreas de Roraima.

O CGPTERR tem sala de treinamento para capacitação, duas salas de trabalho operacional para planejamento e elaboração de mapas e sistema informativo. O setor desenvolve o mapeamento territorial de Roraima e suas localidades. Outras informações e esclarecimentos podem ser obtidos pelo endereço comunicacao@seplan.rr.gov.br ou pelo siget@siget.rr.gov.br.